quinta-feira, 3 de março de 2011

Diário de Bordo - 3 de março de 2011

Começamos o dia bem cedo, empurrando o carro para ver se funcionava, como não deu certo o Luca levou a bateria até Cochabamba que ficava a 57 km de distância pra dar uma carga.
Ficamos eu e Hélio observando o amanhecer na comunidade e o dia a dia dos Quéchuas com diversas atividades de agricultura e no trato aos carneiros e gado, tudo muito simples e sofrido, a comunidade ocupa uma área entre montanhas onde cada espaço é aproveitado para a agricultura, trabalham em núcleos familiares e os filhos sempre acompanham e obedecem aos pais.


Logo cedo a mesma família da noite voltou para carregar o jumento, desta vez estavam mais sóbrios e com nossa ajuda, rapidamente a tarefa foi cumprida e foram muito educados conosco.

Acompanhamos um agricultor que morava perto de onde paramos o carro para colher os frutos da Tuna, ele se deixou fotografar, o que não é nada comum por aqui. A Tuna é o fruto de um cacto igual a palma do nordeste brasileiro. O fruto é coberto de pequenos espinhos que são retirados depois da colheita que é realizada bem cedo quando os espinhos saem fácil, os frutos são levados para os mercados das grandes cidades onde são vendidos em toda parte.
 
Colheita de Tuna

Colheita de Tuna

Por volta da hora do almoço o Luca retornou com a bateria carregada, conseguimos fazer o carro funcionar e seguimos para Cochabamba atravessando vales íngremes cobertos de flores amarelas e pequenas comunidades penduradas nas montanhas.
Cochabamba é uma grande cidade com avenidas que tem até 12 faixas e 2 ciclovias, muito comércio e morros cobertos por pequenas casas que lembram muito a paisagem das favelas cariocas, é considerada a Capital Gastronômica da Bolívia.


Conseguimos arrumar nosso carro e no final da tarde partimos para Oruro que fica a pouco mais de 200 km numa estrada com a paisagem muito perturbada e diferente.
 

Continuamos a estrada que subia sem parar numa versão segura e asfaltada da estrada que fizemos anteriormente e desfrutamos de paisagens muito impressionantes, com vales profundos e grandes altitudes. A partir dos 4000 metros de altitude pegamos uma chuvarada que se transformou numa nevasca fraca e muitas pedras caíram sobre a estrada, ao anoitecer passamos por La Cumbre a 4500 metros de altitude e a partir daí fomos descendo até Oruro que fica a 3700 metros, onde nos alojamos na casa de Dom Rene Vergara Albort, Presidente Vitalício da Confederacion Nacional de Danzas Folkloricas de Bolívia e Presidente da Camara Departamental de Hoteleria de Oruro.
 

Finalmente depois de 40 horas que saímos de Santa Cruz vamos poder tomar banho, escovar os dentes e dormir numa cama, e assim terminou nosso oitavo dia de jornada.

Texto e Fotos: Mario Friedlander

Potosí - Patrimônio da Humanidade, Bolívia

A descoberta do minério rico em prata de Cerro Rico pelo indiano Diego Huallpa em 1544, levou a fundação da cidade de Potosí em 10 de abril de 1545 no sopé do morro. A cidade nasceu sob o nome de Vila Imperial de Carlos V, em honra do então rei espanhol Carlos V. Seu fundador foi Juan de Villarroel.

A escavação em larga escala começou de imediato e a primeira remessa de prata foi enviada à Espanha. Em 1672, uma casa da moeda foi criada para a moeda de prata e reservatórios de água foram construídos para atender às necessidades da população em crescimento. Naquele momento, mais de oitenta e seis igrejas foram construídas e população da cidade aumentou para quase 200 mil, tornando-se uma das cidades mais ricas e a maior na América Latina e no mundo.

Durante o início do século 19, as lutas pela independência causaram saques a muitas igrejas. Então, a riqueza da cidade foi removida para a Europa ou para outras partes do reino espanhol. Até então a população caiu para menos de 10.000. Na época da independência, em 1825, as minas do Cerro Rico estavam praticamente esgotadas. Em meados do século 19, uma queda nos preços da prata de Potosí, prejudicaram a economia de um modo do qual nunca se recuperou completamente.

Em 11 de dezembro de 1987 (em Paris, França), a UNESCO declarou a cidade de Potosí um "Patrimônio da Humanidade", em reconhecimento pela sua rica história e sua riqueza de arquitetura colonial.

Em novembro de 1996, segundo dados do Instituto Nacional de Estadística (INE), Potosí tinha uma população de 121.097 habitantes.






Fotos: Mario Friedlander
Fonte: Bolivia Web Interactive